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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

2015: já foi tarde ou vamos sentir saudades suas?



Esta época do ano é propícia para balanços e retrospectivas, bem como para planejamentos e previsões. Pois bem, quero deixar as minhas impressões dos últimos 12 meses e apresentar minhas percepções para o Ano Novo que está chegando...

Sobre 2015, a palavra mais recorrente foi CRISE. Em 28 anos de vida, pelo menos 20 foram permeados por esta expressão, o que pode não ser motivo para preocupação ou talvez que, de tanto falarem, ela realmente chegou... Vai saber?

A diferença é que, do ponto de vista econômico, estamos mais bem preparados que em outros tempos; entretanto, na seara política, nunca estivemos tão mal servidos e articulados: uma presidente cuja legitimidade insiste ser questionada pela oposição a despeito dos mais de 50 milhões de votos recebidos por ela em 2014, casas legislativas comandadas por investigados da Operação Lava Jato com legitimidade ainda menor. Por detrás de tudo isso, um Poder Judiciário que padece de morosidade que é bastante conveniente para os detentores do poder (alguém aí saberia explicar porque o mensalão tucano em Minas Gerais só foi julgado em primeira instância e o do PT já foi avaliado e sentenciado pelo Supremo?)

Por falar em poder, poucas vezes ele foi – na história recente, pelo menos – motivo para tanta opressão. É o aparato de segurança pública do Paraná que atingem desde um simples palhaço a milhares de professores no Centro Cívico de Curitiba. É a negligência – pegando bem leve – da Samarco (leia-se Vale e BHP, nossos “cases de sucesso” de privatização) que aniquilou dezenas de comunidades e o Rio Doce com sua lama de ambição e, que, mesmo assim, tem o direito de mexer na cena do crime.

É o Estado Islâmico alastrando seu califado com o sangue de inocentes (como nos atentados em Paris) ou provocando, de forma indireta e solidária com as grandes potências, a maior crise humanitária deste século, resultado da imigração em massa de refugiados da Síria e de outros países do Oriente Médio. O único poder que não podemos reclamar de toda sua força, é o da natureza que, movida pelo El Niño, causa inundações na Bacia Platina, uma seca sem precedentes no Nordeste e até no Sudeste, some com o frio do inverno nova-iorquino e outros eventos climáticos inusitados.

Bom, tudo isso é passado, não tem como mudar. Dá, no máximo, para reparar os erros cometidos. Mas, e o futuro?

Os astrólogos de plantão divergem da mesma forma que a seção do horóscopo de dois jornais diferentes no mesmo dia. Alguns dizem que o bom senso vai imperar e que a crise política e econômica do Brasil, bem como os grandes dilemas da humanidade, começarão a ser solucionados em 2016. Outros pintam um quadro horroroso: impeachment da Dilma, renúncia de Temer, novas eleições com vitória de Álvaro Dias (será que com a ajuda dos professores paranaenses?), real desvalorizado, inflação galopante, desemprego em grande escala, fracasso nas Olimpíadas com direito a onda de violência e um atentado terrorista de brinde.

Daí, o título deste artigo: será que, apesar de tudo, vamos sentir saudades de 2015 ou teremos muito mais alegrias no Ano Novo e vamos querer apagar o Ano Velho da nossa memória? Entre ser pessimista e otimista, prefiro ficar em cima do muro para evitar excessos e omissões.

Com tantas incertezas, o jeito é adotar a filosofia “Carpe Diem”. Ter ambições é importante, planejar-se é sinal de inteligência, mas deixar para “cada dia o seu mal” – palavras de Jesus presentes no Evangelho de Marcos – é o único jeito de não enlouquecer, de não sofrer por antecipação.

Quer um conselho: se você tem bons amigos, use-os (no bom sentido da palavra) a seu favor. Quem quiser ter um amigo, que me dê a mão...

Feliz Ano Novo!


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