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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Meu amigo secreto é...



Deveria estar com vergonha de ficar tanto tempo sem escrever uma linha neste blog. Ainda mais numa época em que tanta coisa aconteceu no Brasil e no mundo...

Mas queria dar uma atenção especial ao movimento que está rolando nas redes sociais, batizado de "#meuamigosecreto". Para quem não sabe, mulheres estão utilizando essa hashtag para apresentar situações constrangedoras por qual passaram e não tiveram oportunidade antes de expô-las. Em todos os relatos, algo em comum: o machismo.

Se tratar do assunto em uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foi o bastante para este ser levado a sério, me parece agora que a coisa mudou de figura. Ao contrário do que muitos representantes da nossa direita raivosa tenham sugerido na época da prova, este quadro nada tem a ver com um “discurso de um governo marxista que empurra sua doutrina goela abaixo dos estudantes”.

Amigas, familiares, vizinhas, pessoas muito próximas de nós foram vítimas dos atos mais espúrios pelo simples fato de serem mulheres, por terem a ousadia de dizer “não” ou por serem obrigadas a dizer sim. Era chegado o momento disto mesmo acontecer...

Alguém pode estar pensando: o que motiva um homem sair em defesa de teses (ainda que moderadas) feministas? Porque também fui vítima de uma das faces – pouco comentada, inclusive – desse machismo que tanto falam.




#meuamigosecreto é aquela pessoa que se caracteriza progressista por ter um discurso anticlerical, mas aplica à sua vida e na de sua família conceitos tão conservadores como os de uma freira. Fala por aí que “para o amor, não existe idade”, mas entende que isso não se aplica à sua família. #xorecalque



Indireta? Será que a carapuça serviu pra alguém?

Não sei, mas vou ser claro: quem me conhece um pouco, sabe que tenho atração por mulheres mais velhas. Embora seja uma situação cada vez mais comum, um casal com esta configuração enfrenta infinitamente mais dificuldades que o seu oposto.

Quem costuma sair algumas horas por semana do seu "mundinho", já notou: o homem mais velho que sai com uma “novinha” é o “garanhão”; ela, uma “periguete interesseira”. Fama semelhante ganha a “coroa” que resolve se relacionar com um rapaz mais novo: é chamada de “sem vergonha” para baixo... 

No fim das contas, a primeira situação acaba sendo aceita pela sociedade; a segunda, requer muito mais envolvimento de ambas as partes para “driblar” as dificuldades. Por que os quarentões, cinquentões e sessentões podem e as quarentonas, cinquentonas e sessentonas não? 

De todas as formas, as mulheres dificilmente escapam dos julgamentos quando se relacionam com quem quer que seja; os homens, somente em casos excepcionais (o meu, por exemplo). Se isto não for machismo, o que será, Bolsonaro?

Desse tipo de machismo ninguém fala, mas não pode deixar de ser dito. Afinal, se coloca em perigo a segurança nacional dos nossos corações, é bom que toda a Nação saiba...

Para combater o machismo em formas extremas, não precisamos ir até o Oriente Médio lutar contra o Estado Islâmico. Os atos terroristas contra as mulheres acontecem a todo o momento, em cada esquina, em cada homem que se julga superior às pessoas de outro gênero...

Nem o Rio Doce em seu atual estado reúne tanta lama quanto as mentes e os corações desta gente hipócrita, que tenta, quase sempre por conveninência ou acomodação, imputar a culpa às vítimas dessas agressões. Uma roupa decotada ou um make caprichado não são alvarás que autorizam qualquer Samarco a romper a barragem de dignidade de uma mulher...

De uma vez por todas: mulher não se ganha na cantada ou na força, mas, sim, na base do carinho, da atenção e do afeto até que se conquiste a sua confiança e o seu coração. Aliás, dizem que este músculo é “território que ninguém pisa”, o de uma mulher (a maioria, pelo menos) só se tem acesso com uma credencial VIP...

Por falar nisso, esse é o motivo de tanto tempo ausente. Na condição de assessor de imprensa, trabalhei extensa e intensamente na cobertura da 36ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Cascavel (Expovel) e uma das minhas funções foi entregar credenciais a profissionais de veículos de comunicação ingressarem no Parque de Exposições de Cascavel para acompanhar as atrações do evento.

É muito justo associar esta ou qualquer outra festa às nossas vidas. Precisamos ter o poder de distribuir credenciais a pessoas especiais que acabam ganhando o direito de “cobrir” as histórias mais importantes da nossa história.

Entretanto, como ocorreu algumas vezes durante a Expovel, é preciso estar preparado para fornecer credenciais extras a interessados que aparecem repentinamente. É necessário também ter desapego em não se decepcionar pelas credenciais entregues e que não foram usadas.Enquanto tanta coisa acontece no mundo, tudo que o coração mais quer é abrir suas portas a quem tem essas credenciais...