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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Quando a tarde cai...



Parece clichê, mas a afirmação de que a vida é feita de ciclos é uma verdade do universo tão absoluta como dois e dois são quatro. Qual outro fenômeno natural representa isso tão bem como o pôr do sol?

É certo que ele estará de volta no ponto inverso do horizonte em questão de poucas horas (mesmo que chova), mas o seu ocaso marca o fim de algo que se convencionou chamar de “dia”. Mesmo que aquela coisa amarelada chamada “sol” possa ser algo um tanto desconhecido para quem vive enfurnado em um escritório, é durante o dia que as coisas realmente se decidem em nossa vida.

Mas tudo aquilo que não está resolvido fica evidente quando a tarde cai. Para mim, pelo menos, a hora que a luz do sol se apaga por aqui para brilhar em outro lugar do planeta é a melhor do dia para se fazer um balanço da minha vida e imagino que para muita gente seja assim...

Saio do trabalho, dirijo-me ao carro, abro a porta, sento no banco e me pergunto como foi meu dia: o que eu gostaria de fazer antes de dormir, que tipo de cansaço eu gostaria de levar para a cama, ao encontro de quem eu quereria estar indo... E chego à mesma conclusão que aquela música do Teatro Mágico: “sobra tanta falta”!

Não desvalorizo as coisas que a vida me deu, pois, já que não tenho todas as coisas que amo, é meu dever amar todas as coisas que eu tenho. Sei também que meus problemas não estão entre os piores do mundo, mas todo o dia é um esforço para seguir o que está na Carta de São Paulo aos Efésios (capítulo 4, versículo 26b): “não se ponha o sol sobre a vossa ira”.

Como nem os próximos 15 minutos estão garantidos, é bom não deixar nada pendente até o sol aparecer de novo pela janela do nosso quarto. Se existe algo importante a ser feito, “não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje”!

Perdoe mesmo que o ofensor não tenha mostrado arrependimento. Tome decisões que possa ser objeto de arrependimento, mas prefira tê-lo por ação e não por inércia. Declare os seus sentimentos a quem os pertence. Não espere passar três, quatro, cinco, seis anos para se dar conta que tudo aquilo que você conquistou não valeu a pena porque falto algo ou alguém para lhe inspirar ou estar ao seu lado em todos esses momentos...

A vida é mesmo feita de ciclos, mas nem sempre será possível fazer a vida girar e voltar ao ponto de partida. Talvez a comparação mais correta seja comparar nossa existência a uma espiral, cabendo a cada um decidir se esta vai abrir ou fechar em cada rotação. Não é certo criar expectativas da mesma forma que se cria porcos, mas é em torno dos nossos sonhos e conquistas que a vida vale a pena...

Por tudo isso, a felicidade deve ser a maior das nossas urgências! E ela está representada naquilo que está à nossa espera, após um dia intenso de trabalho, quando a tarde cair...


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A ciência da dívida e a matemática da dúvida. Ou seria o contrário?


Dúvida e dívida. Na grafia, apenas uma letra impede estas palavras de serem iguais. Na vida real, elas não são tão diferentes assim. Afinal, dilemas na cabeça e/ou contas pendentes na praça são coisas que estão na vida de dez em cada dez seres humanos, mas ninguém gosta de admitir isso.

Ao contrário das dívidas, que têm prazo e possibilidade de renegociação, as dúvidas são moinhos de vento disfarçados de dragões que não há Dom Quixote ou Sancho Pança que deem jeito. No SPC da vida, essas inquietudes de qual caminho seguir serão determinantes para saber se teremos crédito ou negativa nas portas que iremos bater.

Os dilemas da nossa existência já foram objetos de estudo em milhões de pesquisas científicas na área de Humanas, mas podem ser desvendados pelas Ciências Exatas, sobretudo a matemática. Ou vai dizer que nossa realização não passa pela diferença entre acertos e erros, conquistas e expectativas? Quanto mais positivo for este saldo, melhor será sua vida.

A exemplo do que ocorre com as contas que vencem, os compromissos da vida que não honramos no tempo certo acabam cobrando altos juros na forma de ressentimentos e frustrações. Esse tipo de débito não pode ser mensurado pelos dígitos de uma calculadora, mas, assim mesmo, precisa ser saldado o quanto antes possível.

Em tempos de crise (político-econômica e de valores), administrar os sentimentos é tão importante como gerenciar o orçamento. Se a dúvida tem uma matemática, as dívidas também devem ser tratadas pelos estudos científicos.

Nem sempre os motivos que levam as pessoas a se afundar no cartão de crédito ou no cheque especial são de ordem financeira, um descontrole entre entradas e saídas. Para algumas pessoas, o problema é a compulsão consumista; para outros, a falta de “vergonha na cara” de usar a crise como desculpa dar calote.

Reparou que todos esses desvios de comportamento são tratados pelas Ciências Humanas. E você pensando que dívida era algo relacionado a números impressos num carnê!

De qualquer forma, dúvidas e dívidas não deveriam jamais ser metas de vida. Mas, se for, é melhor que não seja uma meta aberta, pois seria necessária dobrá-la toda vez que você a alcançasse...

No decorrer da vida, as dúvidas podem até surgir, mas não dão o direito de que as páginas de nossa existência acabem em pontos de interrogação. Para que este sinal gráfico transforme-se em ponto final ou ponto de exclamação, use do mesmo ponto de interrogação e pergunte a quem de direito. Uma dica: quase sempre é você mesmo quem tem as respostas.

Quando o assunto é dívida, a bola também está contigo. Ganhar mais ou gastar menos até podem ajudar a sua vida um pouco melhor, mas o que será determinante mesmo para sua felicidade é não deixar penduradas dívidas com as coisas e pessoas mais importantes de sua vida.

A propósito, para não ficar devendo em gratidão com quem leu este texto até aqui, deixo o meu “muito obrigado”!