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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Deu zika no Brasil. Literalmente!

Defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff vociferam que “o Brasil nunca viveu uma crise político-econômica como a atual”. Não é objetivo deste texto avaliar o mérito da questão, pois a petista e seus companheiros fizeram por onde para chegaram a esta situação, mas afirmar isso é desconhecimento histórico ou desonestidade, hipótese esta mais provável.

De tanto viver tempos bicudos, o brasileiro com mais de 25 anos acostumou-se com a palavra “crise” e esta, especialmente, tem assustado tanto porque surge depois de certo período de “calmaria” econômica. Os mais jovens talvez não lembrem, mas esse discurso apocalíptico parte de “raposas” velhas da política que, direta ou indiretamente, certamente viveram a “década perdida” e os planos de estabilização fracassados.

A chave para a solução destes problemas é vontade política: do governo federal, que tem que “cortar da própria carne”, tirar apadrinhados de cargos comissionados e reavaliar programas sociais em casos em que eles não têm sido tão eficientes, parar de demonizar a iniciativa privada e permitir que esta execute obras de infraestrutura estratégicas para o país; do Congresso Nacional, provocar e debater com maturidade reformas estruturantes propostas pelo Executivo e parar de priorizar a blindagem aos parlamentares implicados nas operações da Polícia Federal, sobretudo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Digo que depende mais dos políticos porque acredito muito na capacidade empreendedora e na capacidade de superação do povo brasileiro, basta o governo incentivar (e não punir) quem realmente produz (na verdade, se não atrapalhar, está ótimo!). É como dizem, “o melhor do Brasil é o brasileiro”.

Mas, o pior do Brasil também é o brasileiro. Pode se falar tudo, mas certamente essa epidemia de doenças causadas pelo Aedes aegypti não é porque faltaram campanhas educativas das diversas esferas de governo. Conforme pode ser vista em matéria de minha autoria publicada nos sites Portal Toledo e Portal Cascavel, alguns municípios, como o de Toledo, aposentaram os blocos de papel dos agentes de endemias, que agora usam tablets para anotar os dados das visitas que fazem nos imóveis.

Embora faltem investimentos em saúde e saneamento básicos, sobretudo nos estados mais atingidos pelos casos de microcefalia, não podemos seguir, neste caso, pelo caminho mais fácil: criticar o governo. Toda a população brasileira (inclusive eu) é, sem dúvida, a maior responsável por estes surtos de dengue (ano após ano), febre chikungunya e o zika vírus.

Até minha adolescência, “zika” era sinônimo de confusão, de algo que deu errado. Isso não mudou, mas esse tumulto tomou enormes proporções, como todos nós estamos vendo nos noticiários. Por essas e por outras, “no Congresso, nas favelas”, é possível afirmar, sem medo, que deu zika no Brasil...