Quem sou eu? O macaco que
caiu do galho. Como eu sei isso? Ora, se em meio a tantas máquinas sendo
programadas para acertos automáticos, e mesmo muito reguladas cometem erros, eu
que sou um ser modificado a cada instante, caí do galho em meio essa
metamorfose incessante. Aí percebo que já passamos da época que pisávamos em
ovos, agora damos passos fortes a todo momento buscando alguma afirmação
social. Ninguém anda devagar, a pressa bate à porta, cada dia mais cedo.
Quem sou eu? Depois que caí
do galho não tenho muita certeza. Sei das denominações familiares, da minha
carreira profissional, sei que sou amiga de alguns, universitária, ora Cristo, ora Judas. Sempre
na lida de (sobre)vivência. Veja que bela condição é tudo isso. A condição que
você obedece todos os dias e que deixa em você uma forte sensação confusa e
inarticulada de que alguma coisa não está funcionando bem.
Ou será que tudo funcionará
bem quando se tem mil obrigações para cumprir, quando somos mais do que o poeta
das sete faces e, além disso, é preciso achar todas as combinações do cubo
mágico ao mesmo tempo em que cuidar da família, da profissão, do eu, das
perspectivas?
E, falando em perspectivas,
quais as perspectivas além de manter a barra de vida cheia nesse dance dance
revolution?
A coisa está séria. A máquina entrou em pane quando a razão
tentou controlar tudo. E o humano perdeu as razões quando inventou tanta coisa.
Tanto botão para apertar como o Chaplin já denunciou, tanta inovação
tecnológica que perdemos os moldes, a estrutura, e agora vivemos uma modernidade líquida, como já alertou Bauman.
Fica um recado: não pare. Se lhe faltam perspectivas de planejamento a longo prazo, é melhor você manter o ritmo da loucura, correr atrás e praticar a técnica de como sair da areia movediça. Igual ao Tarzan, aprender balançar no cipó para sobressair uma tendência que irá, se não apenas modificar nossa agilidade, quem sabe cumprir um novo tipo de seleção natural engolindo os desatentos.
Fica uma dica de vídeo para instigar reflexões sobre nossas vidas.
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